FILOSOFIA DE PLATÃO NO ANTIGO TESTAMENTO

| quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

E, no quinto dia de criação, Deus fez o homem sua imagem e semelhança. (Gênesis 1:26). Bem, filosofando um pouco, chega-se a seguinte teoria... Se Deus usou a Si mesmo como fôrma para moldar o homem diretamente do pó da terra, significaria pra Platão, que Deus é uma entidade do mundo inteligível, o mundo das ideias eternas, perfeitas e imutáveis; mundo este, do qual nosso mundo “Terra” é somente uma cópia imperfeita.
Onde vivemos, segundo Platão, é o mundo sensível, aquele que apreendemos e compreendemos através de nossos sentidos, um mundo palpável pelas leis da física, que conseguimos enxergá-lo e tocá-lo, e que está em constante evolução, pois tudo nele muda, tudo flui, nada é para sempre, pois tudo está apenas sendo num determinado espaço de tempo. Porque tudo que tem um começo, tem um fim (Oráculo da Matrix!?). Platonicamente explicando: Não podemos entrar no mesmo rio duas vezes para nos banhar, pois quando adentrarmo-nos uma segunda vez, nem o rio nem nós seremos mais os mesmos, porque tudo muda constantemente. (Assim falava Heráclito de Éfeso).
Ao contrário do mundo sensível (real), está o inteligível, o das ideias, que reafirmando, é o mundo perfeito, onde nada muda, tudo é e sempre será. Simplificando um pouco a coisa, imagine um gato preto, todos gatos pretos são iguais, possuem um rabo, dois olhos, pelos escuros, ronronam e miam. Claro, eles não são completamente idênticos um ao outro, são apenas parecidos, pois saíram da mesma fôrma eterna e imutável de gato preto que há no mundo inteligível. Um gato sempre terá características de gato; o cachorro, de cachorro; assim como nós, sempre teremos características humanas, por mais diferente que sejamos um dos outros.
A fôrma “ideia” de gato preto, sempre permanecerá a mesma, não importa o que aconteça, ela sim é uma forma perfeita, mas os gatos que dela saem, não podem ser perfeitos, pois são apenas cópias da eterna fôrma original que há no mundo inteligível de Platão.
Desta maneira, faz sentido pensarmos que nosso Inefável Pai, Criador do Céu e da Terra, e tudo que neles há, usou sua própria fôrma perfeita para criar o homem, mas como o original não se desoriginaliza, a cópia do homem saiu bem diferente da fôrma original, ou alguém discordaria disso?

por Maikon P. Garcia
Para saber mais de Platão e o Mundo das Ideias, clique aqui: http://www.inf.ufsc.br/poo/conceitos/platao.html

AVATAR E O PANTEÍSMO

| terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Depois de vários sucessos cinematográficos como Exterminador do Futuro e Titanic, James Cameron trouxe à existência outra belíssima obra cinematográfica, o filme Avatar, que após bater vários recordes de bilheteria e faturamento, concorrerá a nove estatuetas do Oscar este ano.
     A história futurística acontece em algum lugar longínquo próximo à estrela Alpha Centauri. Lá, militares humanos (americanos, claro) travam uma guerra contra os habitantes nativos, os Na’vi, por causa dos recursos naturais existentes em Pandora, planeta (sic) onde habitam os Na’vi. “Avatar” se refere aos corpos humanos-Na’vi criados pelos seres humanos, que capacita qualquer terráqueo a ter o mesmo tamanho, velocidade, aparência e força do que um Na’vi comum. Por trás da guerra pelos recursos naturais de Pandora, se desenvolve uma trama de deserção e amor entre um humano e uma Na’vi.
     Tenho lido recentemente por parte dos cristãos muitas críticas (injustas a meu ver) a este filme. A principal destas críticas é a que Avatar prega alguma espécie de Panteísmo em sua história e, assim, criticam os cristãos, o filme deve ser evitado ou (1) por ser herético, ou (2) por gerar confusão na mente daqueles que o assistem.

Meu texto é uma resposta rápida, curta e direta a esta crítica.

     Em primeiro lugar, Avatar é uma obra de ficção e deve ser tratada como tal. Avatar não é (nem a priori, nem a posteriori) uma obra de apologia a algum pensamento religioso particular, muito menos um tratado teológico.
     É correto dizer, sim, que na história de Avatar o “sobrenatural” se assemelha mais à visão Panteísta de mundo do que ao Teísmo Clássico defendido pelos cristãos. Porém, Avatar não foi o primeiro filme a fazer isto. A série Guerra nas Estrelas (minha favorita, aliás) já ensinava um Panteísmo semelhante com o poder da “Força” (“Luke, que a Força esteja com você!”). E não foi apenas o Panteísmo já foi pressuposto em filmes americanos, o filme Sinais (estrelado por Mel Gibson) possui uma mensagem claramente cristã (eu diria até calvinista-determinista) em sua história. E, por falar em calvinismo, quem não conseguiu identificá-lo no recente filme Presságio (estrelado por Nicolas Cage)?
     Eu não vejo tantos problemas assim em um filme (ou qualquer peça artística que tenha como objetivo principal entreter as pessoas) levar em consideração em sua história alguns pensamentos religiosos – sejam eles quais forem. Quando explorado pela arte, o mistério por trás do qual Deus se esconde, toma outra forma. Ele mexe com nossa imaginação, e também com nossas emoções. Especulações religiosas enriquecem qualquer filme. Quantos cristãos (inclusive os que criticam Avatar) não se emocionaram com o clássico filme Ghost: do outro lado da vida, apesar de ele pressupor uma visão “espírita” de mundo?
     Eu particularmente gostei bastante de Avatar, e não precisei, para isto, começar a acreditar no Panteísmo, assim como não passei a acreditar na existência de bruxos quando vi a série Harry Potter, nem na existência de Trolls quando li Senhor dos Anéis, nem a existência de Faunos quando li As Crônicas de Narnia. No que se refere a “religião”, os filmes de entretenimento são para mim completamente inofensivos. Ademais, não há motivos para acreditar que Cameron queria fazer apologia ao Panteísmo. O mesmo Cameron que se utilizou do Panteísmo em Avatar utilizou o conceito cristão de “vida após a morte” para enfeitar o final de Titanic.
     Em segundo lugar, eu acho que os cristãos (tanto os americanos quanto os brasileiros) têm mais com o que se preocupar além de criticar filmes de entretenimento que pressupõem pensamentos religiosos diferentes dos deles (neste caso, “nossos”). O maior mercado pornográfico do mundo vem dos Estados Unidos, da mais influente nação “cristã” do mundo e, convenhamos, existe muito mais heresia nos programas de TV evangélicos atuais do que em Avatar.
     É muito mais urgente tirar um Malafaia ou um Macedo da TV do que impedir que as pessoas assistam Avatar. O filme de Cameron não pretende apresentar uma visão espiritual de mundo como verdadeira, mas as heresias que os pastores ladrões pregam na TV, eles pregam com o intuito objetivo de que as pessoas acreditem nelas; e, infelizmente, muitos acreditam!
     Olha que incoerência cristã: prefere-se criticar filmes não-cristãos por eles não serem cristãos do que criticar cristãos que não agem como cristãos.
     Eu resumiria esta segunda crítica minha da seguinte forma: temos mais com o que nos preocupar para podermos nos dar ao luxo de criticar aquilo que sequer deveria ser criticado. Não se pode exigir de Avatar um conhecimento teológico correto assim como não se deve exigir de uma criança de seis anos que ela consiga resolver cálculos matemáticos para os quais ela não tem capacidade de resolver.
Concluo, portanto, que Avatar foi um grande filme – em todos os sentidos o filme surpreendeu as minhas expectativas – e que as críticas cristãs a ele são desprovidas de senso.

Eliel Vieira

Texto original em: Blog do autor

NOVA YORK: HOMEM QUE SEGUIU À RISCA OS PRECEITOS BÍBLICOS

| segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Em agosto de 2005, iniciou-se um ano estranho para o nova-iorquino A.J. Jacobs. O escritor e jornalista decidiu que, nos quase 400 dias seguintes, viveria estritamente de acordo com os ditames da Bíblia, dos mais conhecidos aos mais obscuros. Jacobs enfrentou questões imensas, como não mentir nem uma mentirinha, por mais social que fosse, ou não cobiçar mulheres que não a dele, nem mesmo as hipotéticas (o que o levou a cobrir com fita-crepe a figura sedutora de uma gueixa em um rótulo de chá).

E enfrentou também questões bizarras, como não semear dois tipos de grão no mesmo campo (fácil de seguir, já que em Nova York áreas de plantio são mesmo artigo incomum), ou como decidir onde se sentar no metrô ou numa lanchonete, já que assentos que tenham sido ocupados por mulheres no período menstrual ficam impuros (por via das dúvidas, ele às vezes carregava um banquinho). Jacobs narrou esses e outros episódios vividos no período em que circulou barbudo e de túnica branca por Manhattan no livro The Year of Living Biblically (O Ano de Viver Biblicamente), que lançou em 2007. A seguir, ele faz um balanço da sua experiência ao correspondente de VEJA em Nova York, André Petry.

Qual foi a situação mais extraordinária daqueles 387 dias?
Foi cumprir o mandamento bíblico de apedrejar os adúlteros. Você há de entender que isso não combina muito com a Manhattan dos dias de hoje. Acabei usando seixos, aquelas pedrinhas de cascalho, bem miudinhas, de modo que ninguém saísse ferido.

Das 700 orientações que o senhor extraiu da Bíblia, qual lhe pareceu a mais inexplicável?
A que proíbe o uso de roupas com mistura de fibras. As roupas devem ser feitas de um único tipo de fibra, sem combinações. Isso exige uma administração microscópica. Que diferença faz para Deus se estou usando camisa só de algodão ou se tem algodão e poliéster?

O que é mais fácil de seguir: o Velho ou o Novo Testamento?
Essa é uma pergunta complicada. Há mais regras no Velho Testamento, mas no Novo Testamento Jesus fala em perdoar e amar seu inimigo. Isso é dureza.

O senhor acha que alguém na história seguiu os mandamentos bíblicos literalmente, incluindo Jesus Cristo?
As pessoas pegam umas partes para seguir ao pé da letra e excluem outras. Todos nós praticamos uma religião de padaria, incluindo e excluindo elementos.

É possível identificar na Bíblia o que deve ser tomado como literal e o que é apenas metafórico?
Acredito que sempre haverá uma discussão sobre isso e nunca chegaremos a uma conclusão inequívoca.

Como não se pode falar o nome de outros deuses (êxodo, 23:13), então é proibido torcer para a tenista Venus Williams?
No Velho Testamento, de fato, não se pode dizer o nome de deuses pagãos, como Vênus. Acredito que você possa torcer pela Venus Williams, mas não deve ficar berrando o nome dela. Ou, melhor ainda, torça pela Serena.

Pelas suas contas, a Bíblia faz quarenta referências negativas ao uso de bebidas alcoólicas, 62 neutras e 145 positivas. Afinal, como um respeitador da Bíblia deve encarar a bebida?
No geral, o vinho é um exemplo da bênção de Deus, mas só quando bebido com moderação. A Bíblia tem muitas histórias de gente que bebeu demais e acabou se encrencando. Noé se embebedou uma vez e terminou desmaiando, só que desmaiou pelado, o que causou todos os problemas possíveis.

O valor da Bíblia certamente não está em seguir seus ensinamentos ao pé da letra. Onde está?
A Bíblia é cheia de sabedoria, cheia de compaixão, e o fato de tê-la vivido por mais de um ano mudou minha vida para sempre. Essa experiência mudou minha vida de uma forma muito profunda.

O senhor acredita em Deus?
Depois de um ano, eu comecei a frequentar uma sinagoga e matriculei meus filhos numa escola judaica. Continuo agnóstico, pois não sei se Deus existe. Mas tenho profundo respeito pelo conceito do sagrado.

Texto original: Veja, ed. 2144.

De Jesus a Maomé... de Madonna a Jesus.

|

   Jesus Cristo era Judeu, mas acabou originando uma religião completamente diferente: ao contrario do judaísmo que é uma religião de um só povo, o cristianismo se pretende universal – seus fiéis são orientados a recrutar adeptos. Por isso ele se espalhou pelo mundo. Até chegar à Arábia, onde caiu nos ouvidos de Maomé.
   Maomé reconhecia Jesus como o messias, mas achava que os cristãos e judeus distorciam a palavra de Deus – que, no ano de 610, o Arcanjo Gabriel havia revelado diretamente a ele. Daí nasceu o Islamismo. Que além de uma religião, se tornaria também um império. E, em menos de 100 anos, chegaria à Europa, fundando o Al-Andaluz.
   O islã conquistou desde o norte da África até a atual Espanha – que, no ano de 711, foi batizada de Al-Andaluz. Ao contrário dos cristãos, os islâmicos eram tolerantes aos judeus. Por isso, muitos foram morar naquele território. Alguns séculos depois, pensadores judeus espanhóis desenvolveram a Cabala.
   A Cabala é um conceito de interpretações filosóficas, teológicas e místicas dos textos sagrados judaicos, criado por Salomão Gabirol (1021-1058). Não há um consenso sobre se a Cabala é uma interpretação válida do judaísmo. Mas ela atrai pessoas que normalmente não se converteriam a essa religião. Como a pop-star Madonna.
   Madonna, em 1994 se converteu a uma versão sincretista da Cabala. Ela não é conhecida como judia pelos albinos ortodoxos, que acham ruim ver a cantora associada à Cabala. Mas em 2008, Madonna (cujo nome significa Virgem Maria), finalmente encontrou Jesus: Jesus-Luz.

BIBLIOTECA DE OXFORD

| quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A Biblioteca Bodleiana de Oxford (Bodleian Library em inglês), é a principal biblioteca de pesquisa da Universidade de Oxford, uma das mais antigas da Europa e na Inglaterra só perde em tamanho para a Biblioteca Britânica. Conhecida pelos eruditos de Oxford como "Bodley" ou simplesmente "the Bod", é um dos seis depósitos legais de publicações do Reino Unido.

O século XVI viu a biblioteca de passar por um período de declínio (na medida em que a mobília da biblioteca foi vendida, e apenas três dos livros originais pertencentes a Duke Humfrey permaneceu na coleção). Somente após 1598 que a biblioteca começou a prosperar, quando Thomas Bodley (um ex-colega da faculdade de Merton) escreveu ao vice-chanceler da Universidade e oferece-se para apoiar o desenvolvimento da biblioteca. Bodley doou uma série de seus próprios livros para mobiliá-lo. A biblioteca foi oficialmente reinaugurado em 8 de novembro de 1602 sob o nome "Bodleian Library" (Biblioteca oficialmente Bodley)
Bodley ainda fez um acordo com o Stationer's Company, em Londres, para colocar na Biblioteca uma cópia de cada livro registrado no país. A coleção Bodleian cresceu tão rápido que o prédio foi ampliado entre 1610-1612, (conhecido como o End Arts) e novamente em 1634-1637. Quando John Selden morreu em 1654, ele deixou a sua coleção de grande de livros e manuscritos para a Biblioteca. A adição posterior à Biblioteca Duque Humfrey continua a ser conhecida até hoje como o "Selden End".